quinta-feira, 30 de abril de 2009

Sofrer pra quê?

No começo do mês fui treinar subidas no Pico do Jaraguá aqui em São Paulo. Bem, foram cerca de 30km percorridos subindo e descendo aquilo tudo por 3 vezes.

Muitas pessoas não entendem porque certos corredores se submetem à essas práticas tão insólitas. Eu mesmo não via sentido quando me deparava com pessoas correndo por aí com suas regatas, shorts e tênis. Obviamente, depois de experimentar a coisa mudei totalmente, não larguei mais!

Quando se termina um treino desse tipo a sensação é de muita satisfação. É uma espécie de sofrimento revitalizante. Hmmm... gostei do que escrevi: sofrimento revitalizante.

Afinal, será que buscamos prazer no sofrimento?

Woody Allen tem uma frase engraçada: "Quando eu era pequeno, meus pais descobriram que eu tinha tendências masoquistas. Aí passaram a me bater todo dia, para ver se eu parava com aquilo". Claro que não é bem isso. O masoquismo que Woody se refere é do prazer sexual encontrado na dor física pela humilhação, submissão, dominação por outrem.

A dor do corredor que me refiro está mais ligada à dominação, à busca, à aventura, à conquista, à vitória...
Nós somos os sujeitos ativos desta dominação e não os dominados.
E o nosso prazer reside aí.

Um comentário:

  1. Carlos Hideaki Fujinaga MM # 102421 de maio de 2009 às 10:58

    Bom, nesse caso, eu diria que sofro nos treinos, pra não sofrer na maratona, rs.
    Belo relato de Castelhanos!!

    Abraço!!

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